quarta-feira, 8 de novembro de 2017


01. A escolha dos representantes dos Ministérios Públicos Estaduais, que irão compor o Conselho Nacional do Ministério Público, após a indicação de um nome, pela Instituição, de cada unidade federativa correspondente, é realizada
(A) por associação privada.
(B) pelo Presidente da República.
(C) pelo Senado Federal.
(D) pelo Procurador-Geral da República.
(E) pelo Supremo Tribunal Federal.

01. A primeira Carta de Declaração de Direitos moderna, assim definida por conferir a suas normas eficácia jurídico-positiva mais elevada, inserindo as garantias das liberdades individuais em documento constitucional que delimitava a própria atuação reformadora do Poder Legislativo, foi a
(A) Magna Carta inglesa, do Rei João Sem Terra.
(B) Carta da Colônia Americana da Virgínia.
(C) Bill of Rights inglesa, de 1689.
(D) Declaração francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão.
(E) Carta Constitucional alemã da República de Weimar.

01. É a colocação da criança ou adolescente sob a guarda de pessoa ou casal cadastrado, acompanhado e orientado pelo programa de atendimento específico, mantido por entidade pública ou privada, possuindo natureza excepcional e transitória.
Tal conceito corresponde ao instituto
(A) da guarda.
(B) do acolhimento institucional.
(C) da família substituta.
(D) do acolhimento multidisciplinar.
(E) do acolhimento familiar.

01. A Constituição Federal de 1988 impôs ao legislador infraconstitucional o dever de tratar a criança e o adolescente como sujeitos de direito – e não mais como mero objeto de intervenção do mundo adulto.
Nessa linha, o Estatuto da Criança e do Adolescente, em seu Título II, especificou direitos denominados fundamentais de infantes e jovens.
Em tal contexto, atribuiu às crianças e aos adolescentes direitos de defesa mesmo em face dos adultos a quem o ordenamento jurídico os subordina.
Dentre tais direitos, encontra-se o de defesa da integridade físico-psíquica e moral, na sua faceta de proteção aos direitos de fruir e de desenvolver a própria personalidade, de defender-se de agressões comprometedoras de sua condição de pessoa em face de desenvolvimento, especificamente quando as iniciativas nefastas partam de pessoas a quem a lei impôs o dever de, direta e rotineiramente, protegê-los contra os ataques dos demais membros do grupo social, devendo ser-lhes prestado, para tanto, o suporte necessário.
Tal contextualização correspondente ao direito de liberdade de
(A) buscar orientação.
(B) buscar refúgio.
(C) participar da vida familiar sem discriminação.
(D) opinião e de expressão.
(E) ser ouvido e de participar das decisões comuns ao núcleo familiar que integra.

01. Para que o administrador de sociedade limitada, designado em ato separado, possa ser investido no cargo há procedimentos legalmente estabelecidos para tanto. Assinale a alternativa que os indica corretamente.
(A) Comunicação oficial da designação do administrador a todos os sócios da sociedade limitada, formalização do termo de posse em livro de atas da administração e assinatura do termo em até 15 dias após a designação.
(B) Formalização de termo de posse em livro de atas da administração, assinatura do termo de posse dentro dos 30 dias seguintes à designação e, nos dez dias subsequentes, averbação da nomeação, no registro competente.
(C) Comunicação oficial da designação do administrador a todos os sócios da sociedade, confecção de ata específica para arquivamento perante o Departamento Nacional do Comércio e publicação em Diário Oficial.
(D) Apresentação de requerimento específico perante a Junta Comercial do Estado e, após a sua aceitação, convocação de reunião de cotistas para ciência e assinatura do termo de posse, em até 15 dias após a aceitação da designação pela Junta Comercial.
(E) Convocação de reunião de cotistas específica para ciência e aceitação da designação e formalização da posse do administrador em ata específica, com subsequente apresentação de requerimento de arquivamento perante a Junta Comercial do Estado.

01. Com relação à ação popular em defesa do patrimônio público, é correto afirmar que
(A) a pessoa jurídica de direito público ou de direito privado cujo ato seja objeto de impugnação não poderá atuar ao lado do autor.
(B) qualquer pessoa, responsável ou beneficiada pelo ato impugnado, cuja existência ou identidade venha a ser conhecida no curso do processo, será incluída no polo passivo da relação processual, desde que no feito não tenha sido proferida a decisão de saneamento do processo.
(C) o autor popular não precisa estar representado por advogado.
(D) qualquer cidadão pode habilitar-se como litisconsorte ou assistente do autor da ação popular.
(E) a ação popular que objetive a defesa do patrimônio público municipal não pode ser proposta por eleitor inscrito em município diverso.
01. Quanto à representação para instauração de inquérito civil, assinale a alternativa correta.
(A) A representação não pode ser feita por co-legitimado à ação civil pública que, entendendo cabível a sua pretensão, deve ingressar em Juízo.
(B) O representante deve comprovar a sua qualidade de cidadão.
(C) Indeferida a representação, é cabível recurso do representante ao Conselho Superior do Ministério Público, no prazo de 10 (dez) dias, não podendo o Promotor de Justiça se retratar da decisão de indeferimento.
(D) A representação deve ser escrita.
(E) Se o membro do Ministério Público a quem for dirigida a representação não tiver atribuição para investigar o fato noticiado, deve remetê-la ao membro com atribuição.

01. Quanto à ação de responsabilidade por ato de improbidade administrativa, prevista na Lei no 8.429/92, assinale a alternativa INCORRETA.
(A) O juiz poderá rejeitar a ação, em decisão fundamentada, se convencido da inexistência do ato de improbidade administrativa, da improcedência do pedido ou da inadequação da via eleita.
(B) Contra a decisão que receber a petição inicial cabe agravo de instrumento.
(C) Ajuizada a ação, e estando a petição inicial em ordem, o juiz determinará a notificação do requerido para oferecer manifestação escrita, que poderá ser instruída com documentos e justificações, no prazo de 15 (quinze) dias; a inércia do réu importa revelia.
(D) A sentença que condenar o réu ao ressarcimento do dano determinará o pagamento em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ato de improbidade administrativa.
(E) A propositura da ação prevenirá o juízo para todas as ações intentadas posteriormente, que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.

01. Um legitimado ativo decide ajuizar ação civil pública para defesa da pessoa idosa em caso afeto à Justiça Estadual. São diversos os foros de domicílio do idoso, do domicílio do réu e do local no qual o dano foi produzido. O foro competente será o do local
(A) em que o dano foi produzido.
(B) do domicílio do réu.
(C) do domicílio do idoso ou do réu, a critério do autor.
(D) do domicílio do idoso ou do local em que o dano foi produzido, a critério do autor.
(E) do domicílio do idoso.

01. Leia as seguintes afirmações com relação à ação civil pública (Lei no 7.347/85) e assinale a alternativa INCORRETA.
(A) O Presidente do Tribunal a quem competir o conhecimento do recurso poderá, a requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada, em decisão motivada e irrecorrível, suspender a execução de liminar concedida em ação civil pública, para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia pública.
(B) Se a associação legitimada desistir, infundadamente, da ação civil pública por ela proposta, o Ministério Público ou outro legitimado assumirá o polo ativo da relação processual.
(C) A multa fixada liminarmente só será exigível do réu após o trânsito em julgado da decisão favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que for configurado o descumprimento.
(D) Decorridos 60 (sessenta) dias do trânsito em julgado da sentença condenatória sem que a associação autora promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada a mesma iniciativa aos demais legitimados.
(E) Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer, o juiz determinará a cumprimento da prestação da atividade devida, sob pena de execução específica, ou de cominação de multa diária, independentemente de requerimento do autor, se esta for suficiente e compatível.
01. Assinale a alternativa correta.
(A) A autoridade competente para a prática de um ato administrativo tem sempre, em razão de seu poder hierárquico, a possibilidade de delegação e avocação.
(B) Nos atos discricionários, o Poder Judiciário não pode, em hipótese alguma, apreciar o mérito do ato, assim considerada a análise da conveniência ou oportunidade.
(C) O ato administrativo, praticado por autoridade incompetente, investido irregularmente no cargo, não produz qualquer efeito.
(D) A revogação dos atos administrativos é sempre possível, não havendo limites para tanto, uma vez que cabe à Administração apreciar as razões de oportunidade e conveniência.
(E) No caso de ato vinculado, praticado por autoridade incompetente, a convalidação é obrigatória pela autoridade competente se estiverem presentes os requisitos para a prática do ato.

01. Assinale a alternativa correta.
(A) Cabe reclamação administrativa ao Supremo Tribunal Federal, independente do esgotamento da via administrativa, quando o ato administrativo contrariar enunciado de súmula vinculante, negar-lhe vigência ou aplicá-la indevidamente.
(B) O direito de acesso ao processo administrativo, que decorre do princípio da publicidade, assegura o direito de vista ao processo a quem demonstre seu interesse individual, ou aponte o interesse coletivo que pretende defender.
(C) No processo administrativo, para a garantia do princípio da ampla defesa e do contraditório, exige-se a obediência aos procedimentos, além da presença da defesa técnica.
(D) A sindicância, meio sumário para a apuração de irregularidade praticada por funcionário público, pode acarretar em aplicação de penalidade pelo princípio da verdade sabida.
(E) No processo administrativo, em que o princípio da pluralidade das instâncias decorre do poder de autotutela, não é possível alegar em instância superior o que não foi arguido no início, reexaminar matéria e fato e produzir provas novas.

01. Assinale a alternativa correta.
(A) Os bens dominicais e os bens públicos de uso comum só podem ser outorgados a particulares por meio de autorização e concessão, institutos sujeitos ao regime de direito público.
(B) A concessão, contrato administrativo pelo qual a Administração faculta ao particular a utilização privativa do bem público para que a exerça conforme sua destinação, depende de licitação e impõe a fixação de prazo.
(C) A autorização, permissão e concessão de uso privativo de bens públicos são atos administrativos que apresentam como características comuns a unilateralidade, a discricionariedade e a precariedade.
(D) A autorização, ato administrativo em que a Administração consente que o particular se utilize de bem público com exclusividade, depende de licitação e cria para o usuário um dever de utilização.
(E) A permissão de uso, ato administrativo pelo qual a Administração faculta a utilização de bem público, para fins de interesse público, tem sempre a forma onerosa e tempo determinado.
01. Assinale a alternativa correta.
(A) Nas infrações penais de menor potencial lesivo, presente qualquer hipótese de flagrante delito, a autoridade policial deve lavrar o auto de prisão em flagrante delito, não podendo substitui-lo por termo circunstanciado.
(B) Nas hipóteses de flagrante impróprio ou quase flagrante, é possível a prisão em flagrante delito dias depois da consumação do delito quando houver perseguição imediata e contínua.
(C) Para a elaboração do auto de prisão em flagrante delito, indispensável a presença de, ao menos, duas testemunhas, não se incluindo nesse número a pessoa do condutor.
(D) A conduta de policial que adquire droga, simulando ser usuário, invalida o auto de prisão em flagrante delito por se tratar de hipótese de flagrante preparado e constituir prova ilícita.
(E) A não observância das formalidades legais na elaboração do auto de prisão em flagrante delito constitui nulidade absoluta, importando no relaxamento da prisão e na invalidação do auto de prisão em flagrante delito como peça informativa.
01. Assinale a alternativa correta.
(A) A absolvição sumária é excepcional e só se justifica em caso de demonstração inequívoca de excludente de ilicitude ou da culpabilidade.
(B) O réu será intimado pessoalmente da decisão de pronúncia e sua não localização importará a suspensão do processo.
(C) A pronúncia do réu por crime doloso contra a vida acarreta a prorrogação da competência do Tribunal do Júri que apreciará e julgará o crime conexo.
(D) Em caso de ficar provado não ser o réu autor de crime doloso contra a vida, será ele impronunciado, hipótese em que a decisão tem força de coisa julgada.
(E) O juiz, ao reconhecer a existência de crime que não seja da competência do Tribunal do Júri, dará a qualificação específica ao fato e remeterá o processo ao juiz competente.

 
Institui a campanha nacional de prevenção ao HIV/AIDS e outras infecções sexualmente transmissíveis, denominada Dezembro Vermelho.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o  Fica instituída a campanha nacional de prevenção ao HIV/AIDS e outras infecções sexualmente transmissíveis, denominada Dezembro Vermelho, a ser realizada, anualmente, durante o mês de dezembro.
Art. 2o A campanha será constituída de um conjunto de atividades e mobilizações relacionadas ao enfrentamento do HIV/AIDS e das demais infecções sexualmente transmissíveis.
§ 1o A campanha terá foco na prevenção, assistência, proteção e promoção dos direitos humanos das pessoas que vivem com HIV/AIDS.
§ 2o As atividades e mobilizações referidas no caput deste artigo serão desenvolvidas em consonância com os princípios do Sistema Único de Saúde, de modo integrado em toda a administração pública, com entidades da sociedade civil organizada e organismos internacionais.
Art. 3o Sem prejuízo de outras ações e atividades conexas, a campanha promoverá:
I - iluminação de prédios públicos com luzes de cor vermelha;
II - promoção de palestras e atividades educativas;
III - veiculação de campanhas de mídia;
IV - realização de eventos.
Art. 4o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília,  7  de  novembro  de 2017; 196o da Independência e 129o da República.

MICHEL TEMERTorquato Jardim
Ricardo José Magalhães Barros
RECURSO DE REVISTA. INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. AVERBAÇÃO DE TEMPO DE
SERVIÇO DE PERÍODO DE TRABALHO RECONHECIDO EM JUÍZO PARA EFEITOS PREVIDENCIÁRIOS.
É da competência da Justiça Federal, nos termos do artigo 109,1 e § 3°, da CF, a averbação do
tempo de serviço relativo a vínculo empregatício reconhecido em juízo, para fins previdenciários,
visto que tal competência não se encontra taxativamente prevista no artigo 114 da CF, tampouco
existe legislação em vigor que fixe a competência desta Justiça Especializada para determinar tal
averbação. Recurso de revista conhecido e provido. (Processo: RR — 138700-43.2007.5.15.0009 Data
de Julgamento: 24/11/2010, Relatora Ministra: Dora Maria da Costa, 8a Turma, Data de Publicação:
D E JT 26/11/2010).


Assim,  o  filho  tem  direito  de  desconstituir
a denominada “adoção à brasileira” para fazer constar o nome de seu pai biológico em
seu registro de nascimento, ainda que preexista vínculo socioafetivo de filiação com o pai
registral. STJ. 4ª Turma. REsp 1167993-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 18/12/2012. STJ.
3ª Turma. REsp 1417598-CE, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 17/12/2015 (Info 577)

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Não  se  aplica  a  multa  prevista  no  art.  475-J  do  CPC  ao  processo  do  trabalho,  pois,  no  que  diz
respeito  à  execução  trabalhista,  não  há  omissão  na  CLT  a  autorizar  a  incidência  subsidiária  da
norma processual civil. Ainda que assim não fosse, eventual lacuna seria preenchida pela aplicação
da Lei nº 6.830/80, a qual tem prevalência sobre as regras do CPC, em sede de execução, conforme
determinado no art. 889 da CLT. Com esses fundamentos, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu
dos embargos da reclamada, por divergência jurisprudencial, e, no mérito, deu-lhes provimento para
afastar a aplicação da multa do art. 475-J do CPC.  TST-E-RR-92900-15.2005.5.01.0053, SBDI-I,
rel. Min. Hugo Carlos Scheuermann, 11.9.2014

A execução individual movida por sindicato profissional, na condição de representante de um dos
trabalhadores  beneficiários  da  condenação  obtida  em  sede  de  ação  civil  coletiva,  pode  ser
processada no foro da liquidação de sentença (domicílio do empregado) ou da condenação. Por se
tratar de jurisdição coletiva, não se aplicam as normas dos art. 651 e 877 da CLT, mas aquelas que
regem o sistema normativo do processo civil coletivo brasileiro, em especial o disposto no art. 98, §
2º, I, do CDC, que confere ao trabalhador o direito de optar pelo foro de seu interesse. De outra
sorte, no caso concreto, a sentença coletiva transitada em julgado não fez qualquer determinação a
respeito do juízo competente para a execução em questão, devendo prevalecer, portanto, a vontade
do exequente individual. Com esses fundamentos, a SBDI-II, por unanimidade, admitiu o conflito
negativo de competência suscitado pelo Juiz Titular da 9ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte/MG
(domicílio  do  exequente)  para  declarar  competente  o  juízo  da  2ª  Vara  do  Trabalho  de  Macaé/RJ
(prolator  da  sentença  condenatória).  TST-CC-856-40.2014.5.03.0009,  SBDI-II,  rel.  Min.  Douglas
Alencar Rodrigues, 23.9.2014

Nos  termos  do  art.  651  do  CPC,  é  possível  ao  devedor,  antes  de  arrematados  ou  adjudicados  os
bens, saldar a execução, desde que efetue o pagamento da importância da dívida, acrescida de juros,
custas, honorários e demais despesas processuais. Assim, mostra-se correta a decisão de primeiro
grau, proferida em sede de execução definitiva, que, a despeito da existência de acordo homologado
posteriormente, manteve a arrematação do bem de propriedade do executado, uma vez constatada a
existência de outras despesas processuais ainda pendentes de pagamento. Com esse entendimento, e
não  vislumbrando  motivo  para  anular  a  arrematação  efetuada,  a  SBDI-II,  por  unanimidade,
conheceu do recurso ordinário e, no mérito, deu-lhe provimento para afastar a extinção do processo,
sem resolução de mérito, declarada pelo TRTe, a teor do artigo 515, § 3º, do CPC, prosseguir no
exame  da  ação  mandamental,  denegando  a  segurança  pretendida.  TST-RO-5476-26.2013.5.15.0000, SBDI-II, rel. Min. Emmanoel Pereira, 30.9.2014


Não são nulas as provas obtidas por meio de requisição do Ministério Público de informações
bancárias de titularidade de  Prefeitura  para fins de apurar supostos crimes praticados por
agentes públicos contra a Administração Pública.
É  lícita  a  requisição  pelo  Ministério  Público  de  informações  bancárias  de  contas  de
titularidade da Prefeitura, com o fim de proteger o patrimônio público, não se podendo falar
em quebra ilegal de sigilo bancário.
O  sigilo  de  informações  necessário  à  preservação  da  intimidade  é  relativizado  quando  há
interesse da sociedade em conhecer o destino dos recursos públicos.
Diante da existência de indícios da prática de ilícitos penais envolvendo verbas públicas, cabe
ao MP, no exercício de seus poderes investigatórios (art.  129, VIII, da CF/88), requisitar os
registros  de  operações  financeiras  relativos  aos  recursos  movimentados  a  partir  de  contacorrente de titularidade da  Prefeitura. Essa requisição compreende, por extensão, o acesso
aos  registros  das  operações  bancárias  sucessivas,  ainda  que  realizadas  por  particulares,  e
objetiva garantir o acesso ao real destino desses recursos públicos.
STJ. 5ª Turma. HC 308.493-CE, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 20/10/2015 (Info 572).
STF. 2ª Turma. RHC 133118/CE, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 26/9/2017 (Info 879).

É constitucional a expressão “privativas”, contida no caput  do art. 3º da Lei nº 8.234/91, que
regulamenta  a  profissão  de  nutricionista,  respeitado  o  âmbito  de  atuação  profissional  das
demais profissões regulamentadas.
STF. Plenário. ADI 803/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 28/9/2017 (Info 879).

(...) Nem todos os ofícios ou  profissões podem ser condicionadas ao cumprimento de condições
legais  para  o  seu  exercício.  A  regra  é  a  liberdade.  Apenas  quando  houver  potencial  lesivo  na
atividade é que pode ser exigida inscrição em conselho de fiscalização profissional. A atividade de
músico prescinde de controle. Constitui, ademais, manifestação artística protegida pela garantia
da liberdade de expressão. (...)
STF. Plenário. RE 414426, Rel. Min. Ellen Gracie, julgado em 01/08/2011

A  CF/88  prevê  que  “o  ensino  religioso,  de  matrícula  facultativa,  constituirá  disciplina  dos
horários normais das escolas públicas de ensino fundamental.” (art. 210, § 1º).
Diante  disso,  nas  escolas  públicas  são  oferecidas  aulas  de  ensino  religioso,  normalmente
vinculadas a uma religião específica. É o chamado ensino religioso confessional.
O PGR ajuizou ADI pedindo que fosse conferida interpretação conforme a Constituição ao art.
33, §§ 1º e 2º da LDB e ao art. 11, § 1º do acordo Brasil-Santa Sé. Na ação, o PGR afirmava que
não  é  permitido  que  se  ofereça  ensino  religioso  confessional  (vinculado  a  uma  religião
específica). Para o autor, o ensino religioso deve ser  voltado para a história e a doutrina das
várias religiões, ensinadas sob uma perspectiva laica  e deve ser ministrado  por professores
regulares da rede pública de ensino, e não por pessoas vinculadas às igrejas.
O  STF  julgou  improcedente  a  ADI  e  decidiu  que  o  ensino  religioso  nas  escolas  públicas
brasileiras  pode  ter  natureza  confessional,  ou  seja,  pode  sim  ser  vinculado  a  religiões
específicas.
A  partir da conjugação do binômio Laicidade do Estado (art. 19, I) e Liberdade religiosa (art.
5º, VI), o Estado deverá assegurar o cumprimento do art. 210, § 1º da CF/88, autorizando na
rede pública, em igualdade de condições o oferecimento de ensino confessional das diversas
crenças, mediante requisitos formais previamente fixados pelo Ministério da Educação.
Assim,  deve  ser  permitido  aos  alunos,  que  expressa  e  voluntariamente  se  matricularem,  o
pleno  exercício  de  seu  direito  subjetivo  ao  ensino  religioso  como  disciplina  dos  horários
normais das escolas públicas de ensino fundamental, ministrada de acordo com os princípios
de sua confissão religiosa, por integrantes da mesma, devidamente credenciados a partir de
chamamento público e, preferencialmente, sem qualquer ônus para o Poder Público.
Dessa  forma,  o  STF  entendeu  que  a  CF/88  não  proíbe  que  sejam  oferecidas  aulas  de  uma
religião  específica,  que  ensine  os  dogmas  ou  valores  daquela  religião.  Não  há  qualquer
problema nisso, desde que se garanta oportunidade a todas as doutrinas religiosas.
STF. Plenário.  ADI 4439/DF, rel. orig. Min. Roberto Barroso, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes,
julgado em 27/9/2017 (Info 879).

Segundo a posição que prevaleceu, a apreciação da denúncia pela Câmara dos Deputados (juízo político)
deve ser feita antes do juízo jurídico que será feito pelo STF.
Assim, não há possibilidade de o STF conhecer e julgar qualquer questão ou matéria defensiva suscitada
pelo Presidente da República antes que a matéria seja examinada pela Câmara dos Deputados.
O juízo político de admissibilidade exercido pela Câmara dos Deputados precede a análise jurídica pelo
STF para conhecer e julgar qualquer questão ou matéria defensiva suscitada pelo denunciado.
Somente após a autorização da Câmara dos Deputados, o STF determinará, nos termos do art. 4º da Lei
nº 8.038/90, a  notificação do denunciado para, no prazo de 15 dias, apresentar sua resposta à acusação,
ocasião em que terá a primeira oportunidade de apresentar seus argumentos e questionar as provas.
STF. Plenário. Inq 4483 QO/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 20 e 21/9/2017 (Info 878).


O art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei  nº 11.960/2009, na parte em que
disciplina os juros moratórios aplicáveis a condenações da Fazenda Pública, é inconstitucional
ao incidir sobre débitos oriundos de relação jurídico-tributária, aos quais devem ser aplicados
os mesmos juros de mora pelos quais a Fazenda Pública remunera seu crédito tributário, em
respeito ao princípio constitucional da isonomia (art. 5º, da CF/88).
Quanto  às  condenações  oriundas  de  relação  jurídica  não-tributária,  a  fixação  dos  juros
moratórios  segundo  o  índice  de  remuneração  da  caderneta  de  poupança  é  constitucional,
permanecendo  hígido,  nesta  extensão,  o  disposto  no  art.  1º-F  da  Lei  nº  9.494/97,  com  a
redação dada pela Lei nº 11.960/2009.
O art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, com a redação dada pela Lei nº 11.960/2009, na parte em que
disciplina a atualização monetária das condenações impostas à Fazenda Pública segundo a
remuneração oficial da caderneta de poupança, revela-se inconstitucional ao impor restrição
desproporcional  ao  direito  de  propriedade  (art.  5º,  XXII,  da  CF/88),  uma  vez  que  não  se
qualifica como medida adequada a capturar a variação de preços da economia, sendo inidônea
a promover os fins a que se destina.
STF. Plenário.  RE 870947/SE, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 20/9/2017 (repercussão  geral) (Info 878).


sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Atermação é uma palavra estranha e pouco conhecida. Significa ajuntar termos (fatos) para originar uma peça judicial. Mas é também um espaço dentro do Juizado Especial Federal de Mato Grosso (JEF/MT) que vem demonstrando bastante praticidade no atendimento ao público.

 preencherá formulários, efetivará a habilitação de procurador ou auxiliar, fará o cadastramento para utilizar o processo eletrônico, e, se for o caso, requererá prioridade de tramitação, cautelar/antecipação de tutela (pedidos de urgência), justiça gratuita, etc. Estas providências iniciais são chamadas de ATERMAÇÃO, e substituem a petição inicial. 
Fonte: https://jus.com.br/duvidas/161346/atermacao-no-jef

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Discussões:

 Policial militar, em patrulhamento de rotina, se depara com “perigoso assaltante”, seu desafeto, que já havia cumprido pena por diversos roubos. Imediatamente, o policial dá voz de prisão ao indivíduo que, incontinente, inicia uma fuga. Nesse instante, o miliciano descarrega sua arma, efetuando disparos em direção do fugitivo que é atingido pelas costas. Dois dias após o ocorrido, o “perigoso assaltante” entra em óbito em razão da lesão sofrida. A conduta do policial caracteriza
(A) ação em estrito cumprimento do dever legal.
(B) lesão corporal seguida de morte.
(C) ação em legítima defesa.

(D) resistência seguida de morte.

Obs:   Resistência
        Art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio:
        Pena - detenção, de dois meses a dois anos.
        § 1º - Se o ato, em razão da resistência, não se executa:
        Pena - reclusão, de um a três anos.
        § 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência.

Isso é ato legal? 

A conduta do funcionário público que, fora do exercício de sua função, mas em razão dela, exige o pagamento de uma verba indevida, alegando a necessidade de uma “taxa de urgência” para a aprovação de uma obra que sabe irregular, configura o crime de
(A) estelionato.
(B) excesso de exação.
(C) peculato.
(D) corrupção passiva.
(E) concussão.

   Excesso de exação
        § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza:  (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
        Pena - reclusão, de 3 (três) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.137, de 27.12.1990)
        § 2º - Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos:
        Pena - reclusão, de dois a doze anos, e multa.
Taxa é um tributo, no caso, indevido. 

 A prática de lesão corporal de natureza leve por condutor de veículo automotor, reincidente por crime doloso, pode gerar condenação, cuja pena deverá ser
(A) privativa de liberdade, aumentada de um a dois terços.
(B) privativa de liberdade e de suspensão da habilitação para a condução de veículo automotor.
(C) privativa de liberdade, além de multa e perda da permissão para a condução de veículo automotor.
(D) pecuniária, com a perda da habilitação para a condução de veículo automotor.
(E) restritiva de direitos, multa e perda da permissão para a condução de veículo automotor.

  Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, previstos neste Código, aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal, se este Capítulo não dispuser de modo diverso, bem como a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, no que couber.
        Parágrafo único. Aplicam-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa, de embriaguez ao volante, e de participação em competição não autorizada o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995.
        § 1o  Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei no 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver: (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 11.705, de 2008)
        I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine dependência; (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)
        II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente; (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)
        III - transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h (cinqüenta quilômetros por hora). (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008)
     Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor:
        Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
01. Assinale a alternativa correta.
(A) A revisão criminal só será conhecida após o trânsito em julgado da decisão condenatória, o esgotamento das vias recursais e o recolhimento do réu à prisão caso tenha sido determinada na decisão que se pretende desconstituir.
(B) A Superior Instância conhecerá de recurso interposto no prazo legal, sendo irrelevante a renúncia ao direito de recorrer manifestado pelo acusado.
(C) Tratando-se de nulidade, em recurso exclusivo da acusação, a Superior Instância deve reconhece-la, ainda que não tenha sido alegada pelo Ministério Público nas razões de recurso.
(D) O provimento ao recurso interposto por um dos réus beneficia aos demais, com exceção daquele que houver expressamente renunciado ao direito de recurso.
(E) O Ministério Público tem legitimidade para recorrer de sentença absolutória nos casos de ação privada em que atuou como custos legis.

SÚMULA.º 705 DO STF. 1. Havendo divergência entre o réu e o seu defensor quanto à eventual interposição de recurso, deve prevalecer o entendimento da defesa técnica, porquanto, sendo profissional especializado, o defensor tem condições de melhor analisar a situação processual do acusado e, portanto, garantir-lhe o pleno exercício do direito de defesa. 

Vocês acham irrelevante, se não diz por quem foi interposto em primeiro lugar? Se foi só o réu, por exemplo? Seria irrelevante?


RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO - QUEDA DE ÁRVORE SOBRE A PISTA
DE  ROLAMENTO  DE  ESTRADA  -  DANOS  A  VEÍCULO  -  DEVER  DO  DNER
INDENIZAR CARACTERIZADO.
Ao  DNER  cabe  o  dever  de  velar  pela  segurança  das  estradas  federais,
incumbindo-lhe cuidar para que as árvores das respectivas faixas de domínio
não  venham  a  tombar  sobre  as  pistas,  ocasionando  danos  aos  veículos  e
pessoas  neles  conduzidas.  Evidenciado  que  o  acidente  ocorreu  porque  a
árvore,  plantada  na  faixa  de  domínio  da  estrada,  caiu  sobre  esta,  porque
teve sua fixação enfraquecida pela retirada de terra em local próximo às suas
raízes, deve indenizar os decorrentes prejuízos. Apelo improvido. (TRF4, AC
96.04.31788-1, Quarta Turma, Relator Antonio Albino Ramos de Oliveira, DJ
19/05/1999)

RESPONSABILIDADE  CIVIL.  ACIDENTE  DE  TRÂNSITO.  BOLETIM  DE
OCORRÊNCIA. PRESUNÇÃO DE VERACIDADE ELIDIDA ATRAVÉS DE OUTROS
ELEMENTOS PROBATÓRIOS. RECURSO ESPECIAL INADMISSÍVEL.
- Não é admissível admitir-se valor probante a um determinado documento
(B.O.), que não vem corroborado pelos demais elementos de prova coligidos
nos autos.
-  Pretensão  dos  recorrentes,  em  última  análise,  de  revolver  o  conjunto
probatório. Incidência da Súmula nº 7-STJ. Recurso especial não conhecido.
(REsp 439.760/ES, Rel. Ministro BARROS MONTEIRO, QUARTA TURMA, j. em
20/08/2002, DJ 18/11/2002, p. 229)

Súmula nº 362 do TST
FGTS. PRESCRIÇÃO (nova redação) - Res. 198/2015, republicada em razão de
erro material – DEJT divulgado em 12, 15 e 16.06.2015
I – Para os casos em que a ciência da lesão ocorreu a partir de 13.11.2014,
é  quinquenal  a  prescrição  do  direito  de  reclamar  contra  o  não
recolhimento de contribuição para o FGTS, observado o prazo de dois anos
após o término do contrato;
II  –  Para  os  casos  em  que  o  prazo  prescricional  já  estava  em  curso  em
13.11.2014, aplica-se o prazo prescricional que se consumar primeiro: trinta
anos, contados do termo inicial, ou cinco anos, a partir de 13.11.2014 (STF
ARE-709212/DF).